No ano 2001 quando eu
trabalhava com vendas, passei a trabalhar no bairro da Barra da Tijuca, local
muito nobre do estado do Rio de Janeiro, dentro de um hospital, eu passava por
todos os seus andares. Mesmo em um bom emprego, algo sobrenatural iria
acontecer. Eu não imaginava que isso seria possível, eu era o presidente da
juventude da minha igreja, o trabalho estava crescendo muito, Deus estava no
controle de todo trabalho, e na minha opinião, nada de errado poderia acontecer
naquela etapa.
Quando eu estava falando
com a última pessoa naquele hospital, um jovem que estava trabalhando no 3°
andar veio até mim e perguntou. “Você viu meu celular?”. De imediato respondi
que não, nem havia visto celular em qualquer lugar por onde passei. Mas ele
insistiu: “Você tem certeza que não viu meu celular?”. Novamente eu disse não.
E quando ele perguntou pela quarta ou quinta vez eu disse: “Você está me
acusando de roubar seu celular?”. Em seguida respondeu: “estou te acusando sim!
Você foi o último a passar no terceiro andar”. Falei para ele: “Jovem, fazem
duas horas que passei por lá, não é possível que eu tenha sido o último a passar,
então eu abri minha bolsa, e joguei tudo que tinha para o chão mostrando que o
celular não estava na minha bolsa. Ele ficou mais injuriado com isso e começou
a me chamar de ladrão, e disse que já tinha chamado a polícia para me levar.
Neste momento chegou a
noiva dele já me informando: “Menino, vá embora, pois ele chamou o pai e o tio
que são policiais para te matar, e se você não sair daqui em trinta minutos,
eles vão te matar”. Confesso que fiquei muito assustado, mas resolvi não fazer
o que ela falava, se assim fizesse, estaria conivente com a acusação daquele
rapaz, e as coisas ficariam piores. Então eu resolvi ligar para a polícia, para
que eles viessem ao local e me ajudassem diante dos que vinham me matar. A
partir dali começou a minha luta, cada minuto que se passava era uma dor a
mais, eu estava torcendo para que os policiais chegassem antes do que as
pessoas que vinham me matar, e comecei a falar com Deus. “Deus, me livra dessa,
eu tenho procurado fazer a sua vontade. Sei que sou muito falho, mas o trabalho
de jovens na minha igreja está muito bom, tenho feito conforme o Senhor me
falou, me ajuda Deus”.
De repente chegaram dois
policiais falando meu nome, quando falaram meu nome de novo, meu coração quase
saiu pela boca, poderiam ser os matadores. E timidamente eu falei: “Sou eu”.
Então o sargento perguntou quem eu estava acusando de roubo. Respondi que na
verdade ninguém, eu é que estava sendo acusado”. O sargento querendo entender a
situação me perguntou: “Você está sendo acusado de roubo, e está chamando a
polícia para averiguar o caso?”. “Isso mesmo senhor policial”. Então pediu a
minha identidade e a do acusador, que de imediato se exaltou: “Esse cara me
roubou, ele é um ladrão!”. O policial mostrou sua autoridade: “Fique calado
rapaz, senão vou prender vocês dois”, o rapaz se acalmou. Terminando de anotar
tudo, o policial disse que nós dois teríamos que ir para a delegacia prestar depoimento, e me revistou para
constatar no boletim de ocorrência. O meu acusador foi até a delegacia em seu
carro e eu tive, mesmo com medo, que aceitar a carona dos policiais e ir no
carro deles, já que eu não tinha carro e não sabia como chegar até aquela
delegacia.
Durante a ida para a
delegacia eles perguntaram sobre muitas coisas da minha vida, disseram que confiavam
em mim, e que eu não tinha nem jeito de ladrão. Quando chegamos na delegacia
(antes do rapaz que me acusava) os policiais me levaram até o delegado e
explicaram o caso. O delegado logo se adiantou: “Quem foi que falou que este
jovem roubou algo? Esse acusador é doido? Se ele te acusar de novo meu jovem,
eu e estes dois policiais seremos sua testemunha”. Então o delegado pediu para
que me revistassem de novo só para dizer que fez o seu papel.
Quando o rapaz chegou, o
delegado logo perguntou: “Quem roubou seu celular?”. Em resposta apontou para
mim e falou, “este me roubou”. Aquele delegado me surpreendeu com sua resposta:
“Se você acusar este rapaz de novo, eu e os policiais seremos testemunhas dele,
e você vai ter que se virar para provar suas acusações. É melhor você dizer que
foi furtado (não sabe quem foi que roubou)”. O rapaz com muito medo da justiça
falou: “Pode ser, coloca furtado”. Em seguida o delegado me orientou: “Meu
jovem, vai com Deus, e esqueça de tudo que aconteceu por aqui”. Agradeci a ele
e aos policiais e fui embora, fiquei pensando como aqueles homens me trataram
muito bem, parecia que eu tinha falado que era cristão, mas isso não aconteceu.
Chegando na casa dos meus
pais, que estavam muito preocupados, por volta de 1 hora da manhã e contei tudo
o que tinha acontecido. Naquele momento oramos e fomos dormir. Depois de algum
tempo, comecei a ser ameaçado por telefone, a pessoa que ligava sabia meu
endereço, nome completo, e dizia todos os dias que iria me matar se eu não
entregasse o celular. Pedi as pessoas que me conheciam para orar por mim,
passei a ficar com medo de tudo, estava entrando em depressão, eu sempre orava
pedindo a Deus que me livrasse. Um dia, senti de Deus ir no hospital para falar
com o rapaz que estava me acusando, confesso que gravei mais de três folhas
para falar com ele, então chegou o dia de ir falar. Fiquei esperando ele na
frente do hospital, quando ele me viu, abaixou a cabeça e seguiu em frente, eu
corri atrás dele e consegui alcançá-lo. Quando comecei a falar esqueci tudo que
tinha gravado, deu um branco na mente, e a partir dali Deus começou a falar
através de mim.
Então eu disse: “Meu jovem,
sei que você está passando por um problema muito grande na sua vida, e com isso
Deus me enviou para ser simples e direto para você. Deus te ama, e quer que
você verdadeiramente faça parte da família Dele”. Naquele instante o rapaz
começou a chora no meu ombro durante alguns minutos, depois confirmou que Deus
tinha me enviado para falar aquilo, e que ele estava afastado dos caminhos do
Senhor. Muitas coisas estavam dando errado na vida dele, então orei com ele, e
falei para que logo procurasse uma igreja evangélica. Seis meses depois
encontrei sua noiva que me agradeceu muito, e contou que aquele rapaz estava
numa igreja Batista, a qual foi criado. Dali em diante nunca mais ouvi falar
desse rapaz, mas tenho a certeza que está ganhando muitas almas para Jesus.
A partir daí percebi que
Deus não pode ser apenas local, enquanto eu estava salgando apenas a juventude
da minha igreja, era como colocar sal no arroz, e deixar o feijão, a carne, e
salada sem sal. Era como ascender a lâmpada do meu quintal e não ascender a
lâmpada do poste, deixando as pessoas da rua no escuro. Deus mostrou que ele
defende os seus, ele levanta pessoas que não te conhecem para te defender, ele
te tira de um lugar de conforto para você perceber as outras pessoas, ele usa
palavras simples que penetram direto no coração, ele muda a história por causa
de uma vida, ele abre a mente fechada e quebra o muro do nosso quintal para
vermos melhor do lado de fora.
Acredito que você tenha
passado por problemas iguais ou maiores na sua vida, mas nenhum deles foi maior
que o de Jesus Cristo. Ele saiu do seu trono para morrer numa cruz por mim e
por você, diante disso, aprendi que não é sacrifício nenhum sair com minha
juventude para salgar as vidas sem gosto, e para ascender os caminhos
tenebrosos. Alguém neste momento está precisando de você, nem sempre ela está
na sua igreja, se seu trabalho jovem está muito bom, amém! Isso significa que
já é hora de ir pelo mundo e pregar o evangelho a toda criatura.
PUBLICADO NO JORNAL BATISTA.
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